quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Jardim de Gelo


"As túlipas murcharam, as pétalas cairam há muito, inertes. A pedra permanece gelada, mas a pele das mãos começa já a estalar.

A queda da jarra e o estilhaçar do vidro são o único movimento que quebra o silêncio. A água escorre apenas enquanto consegue fugir à quietude que envolve e resguarda um espaço, quele espaço.

Mas em breve tudo voltará a gelar. "

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Visão


"Um bode em cima da mesa, é o que me parece!"


Era o que parecia. Não no sentido de não perceber o que me mostravam, porque era obvio, mas esteticamente era o que parecia. Aqueles rascunhos no papel que é suposto corresponderem ao maravilhoso mundo digital e analógico, foi o que me lembraram.

Um bode em cima de uma mesa.

Ri-me enquanto olhavam para mim aquelas duas pobres almas que já percebiam menos que eu, enquanto agarrei na lapiseira e lhes desvendei a realidade de todas aquelas contas. Afinal. há mais de uma década que sei pertencer às artes de coração e só de cabeça e opção à ciência.


"Um bode em cima da mesa, é o que isto me parece!"

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

A...Corrente....(há de o?)




" Os mortos vivem na mémória dos vivos.



"Estes acorrentados a elas, memórias. É igual se as tentamos cobrir. Na pele nua e fria há feridas que nunca saram."



"Como se vivessem apenas para recordar."

domingo, 20 de janeiro de 2008

Voo


Encostei ao de leve a cabeça ao teu peito, a minha mão abriu caminho até ao teu peito nu.

Senti-o bater, como se fossem asas.

Sorri, irónica e quase sarcasticamente.


"Tenho o teu coração a bater na palma da minha mão."

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Presente.. Envenenado?


Desafio. Penso que posso agora responder ao desafio que a Maluca Responsável, O Meu Entendimento e a Sedução me propuseram. Consiste em escrever um texto utilizando o nome dos nossos últimos 10 posts. E eu como sempre, cá estou para responder.
O texto foi surgindo aos poucos, e penso que tive bastante sorte pois os títulos eram fáceis de conjugar.


Venha a Bonança.
Que mate a Sede que toda esta Correria que me arrasta pelo Mundo me provoca.
Venha o vento.
Sim, porque sou, antes de mais uma Cabeça de Vento.
Venham as estrelas, arrastadas nesse seu sopro característico....
.... No sempre deslumbrante Regresso das Estrelas, que antecede sempre uma nova Ida.

"Do you Remember Our Star?"

Curiosidade minha só, saber se ainda ouves a Última Recomendação Relativa a 2008, que fiz questão de soprar com o vento nos teus sentidos. Onde vai já esse tempo....
Lembras-te? ... Na realidade... Quem se lembra?


Passo a:

domingo, 13 de janeiro de 2008

X


"Todos perguntamos, mas ninguém quer as respostas."

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Bonança?

E é neste pequeno pedaço de tempo que arranjei para mim que vos venho explicar e pedir desculpa pela minha ausência. A verdade é que o dia a dia tem andado muito cheio e é difícil escrever, comentar, em fim, ser uma blogger dedicada e como não gosto de meios termos.. A verdade é que tenho de vos agradecer a todos pelos prémios que recebi e estão guardados à espera que sejam passados a alguem, aos quais responderei com todo o gosto.. Quando tiver tempo para os fazer decentemente. A boa notícia é que esse dia não está longe, pois seguindo a tempestade... Vem a bonança.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Sede


"Uma a uma, as pétalas vão caindo."

"Uma a uma, tu as apanhas e colocas de volta, onde pertencem."

"Naquele ciclo inesgotável onde reside apenas a minha mórbida silhueta e a tua neurótica paciência. Preso à minha decadência, ocupando a mente com aquele trabalho interminável de manter de pé a memória que reside solitária na minha lápide. Dás-lhe a beber a saliva, a infinita atenção das palavras, o folgo ofegante da tua existência."

Mas elas teimam em cair, enquanto tu teimas em ampará-las, adivinhando-as mesmo antes de tocarem a pedra fria e sem vida que agora marca a minha passagem neste mundo. Chegas à milésima tentativa de me manteres na mente, mas à medida que apercebes que "Nunca é Tarde de Mais" é uma singela mentira para apaziguar os homens, o punhal crava mais fundo, dentro da alma.

"Senti-te abrir-te, aos poucos. Até que já não abria mais."
Também eu te sinto agora. Enquanto a vida cai, abrindo caminho à loucura.

Estão as pétalas machucadas do sempre erguer artificial, já te esta cravado. E o sangue que cai, sem dares conta, na minha pele agora fria de pedra. É transparente, cristalino, salgado. Da cor do evanescer.

Mas agora, algo muda. Sem dares conta, as memórias cessam de cair. Mas mantens ainda as mãos em concha, prontas a queda da mais pequena peça de mim. Apenas se enchem de sangue, do mesmo que a pedra agora quente absorvera.

Sem dares conta, que a memória persiste baixinho, escondida nos recantos daquela flor que amavas e agora se ergue. Mas a alma vazia, esgotada por salvar, cuidar, já não pode ver, já não pode recordar, toda a atenção contida no acto de espera e recolha da queda habitual. Para que viva.


Sem dar conta que esta não morre.



"Talvez não lhe fosse suficiente"

Quê da memória que não pode ser recordada e da recordação sem memória?

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Correria


O tempo escassa.

O apertar das horas sufoca e afogam ainda mais os afazeres que me engolem como areia movediça. Nestes casos o ideal é não nos mexermos pois afundamos mais depressa. Mas assim, a menos que nos mexamos tão rápido que não seja possível visualizar e então nem lá estaríamos, não será a solução. O tempo esmaga.
Tenho fome de tempo.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Última Recomendação Relativa a 2008


"Querer é poder. Isto e tudo o que se estende por trás."