terça-feira, 22 de abril de 2008

Silêncio

Chiu.



(Nada. Porque tal como depois da tempestade vem a bonança, depois do silêncio virão palavras. Separam-se as sílabas, desorganizam-se as letras e as palavras perdem-se...)
(Sabe-me bem, soa-me quente aos sentidos os sussuros de um não vocal, um não som. É um alívio aos ouvidos, um conforto à cabeça, um descanso aos olhos, um poupar das palavras à boca, porque estas, parecendo que não, custam e pagam com juros à alma.)







(E não é bonito, o silêncio?)

domingo, 13 de abril de 2008

Possibilidade


" O impossível não existe a partir do momento em que não é praticável..."


"... Mas nem tudo é possível"

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Mariana


A brisa soprava manso, da janela esquecida, aberta. Amansava os cabelos e os sonhos de uma pequena alma adormecida. O chão empoeirado das memórias jogadas por terra, a brancura dos tecidos por uma inocência forçada pelo esquecimento. A paz de uma entediante quietude.

Algo se moveu no ar e o vento soprou mais forte; alguém ou algo superior decidiu, por fim, dar continuidade ao destino.
As memórias foram levantadas no movimento brusco, suspensas, agitadas no ar. Os cabelos claros agora revoltos e selvagens, os panos brancos sujos da terra trazida pelo vento.

A janela fecha-se num repente. O vidro parte-se, por fim.


A caixa cai. Tombada, ferida, a pequena bailarina branca rodopia mais uma vez. E, lentamente, primeiro baixinho e aos soluços, a música volta a tocar, agora clara e decidida.