quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Desafio


Este curioso desafio foi-me dado pela Girafa Cor de Rosa. Conciste em pegar no livro que se encontra mais próximo, abrir ná página 161 e postar a quinta linha completa dessa mesma página.

Pois o livro que tinha mais perto de mim "Vinte e Cinco Pétalas para Débora" de Carlos Farias de Carvalho. Contudo o livro não chega ás 161, pelo que aldrabei e decidi abrir um página ao acaso. A página é a 135 e os versos são os seguintes:


" escuto nas folhas acumuladas

entre as que risquei
e as que amareleceram virgens

a sombra de uma sílaba

o esboço de ma sombra


sinal de sonhos ou vertigens de algum grão

de vento oculto notra folha

que me fugiu da mão "


Finalmente só me resta dirigir o jogo a 5 blogs:

A Força de Uma Pipoca
Visto do Céu



terça-feira, 27 de novembro de 2007

Voices of the Dead


Monólogo de Emily

"Escuto-os, não os vejo, mas sei-os ao meu lado, não me tocam, não o corpo, mas tocam a alma. Sombras, sombras que pairam à minha volta, sussurram aos meus ouvidos, sussurros altos, sussuros baixos, sussurros graves e sussurros agudos, tantos e tão variados como os vivos, ou os mortos.
Eles voam sobre mim, rodopiam à minha volta, a toda a hora a todo o momento, minuto, segundo em sub-minutos e sub-segundos, em sub-tempos. Umas são simplesmente lamentos, lamurias, histórias mal acabadas, que dizem e repetem, e ouço e relembro, têm de ficar, não podem, têm de ficar, se bem que nem aqui nem ali, mas ao mesmo tempo têm de ficar; mas eles podiam ir coitados, podiam ir só não sabem, porque elas falam mas não vêem, nem escutam, mas vendo bem também podem ficar que das sombras não fico sozinha e mais vale destas que das outras. Outras, as outras. Não, as outras não, as outras não, das outras não quero ouvir, porque não se calam, porque não saem da minha cabeça, não são sussurros são gritos, são berros, são ordens, porque elas querem, mas eu digo que não, eu digo que não, mas elas não saem e berram mais, e mais e mais, um coro, um coro de mortos, não só de mortos e vozes mortas. Não, deixem-me, não. Não, não, não posso, não, não... NÃO, DEIXEM-ME, CALEM-SE, e elas continuam tanto, TANTO tempo, meses sempre a gritar sussurros, sentenças de morte aos meus ouvidos, mas são maus, eu sei, a minha mãe, eu sei que não se pode, disse-me, ela disse-me, não se pode e quando era pequena, eu lembro-me, eu sei, eu não estou maluca, ela ensinou-me, não podes brincar com facas, disse-me, posso-me magoar, não me quero magoar, não vou.
hhhhhhhrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr,hhhhhhhhhhhhHHHHHHHHHHHHRRRRRR.
NÃO, SAI, DEIXA-ME, CALA-TE, CALA-TE, NÃO,não, não, não, não.... Não. Não, também não, eu tenho. tenho de me portar bem, não posso ela bate-me ela ... não não não não, não posso, não, cala-te, não quero não vou. Pára, cala-te Pára. NÃO. SAI, deixa-me em paz, em PAZ, EM PAZ!!!!! EMBORA!!!
VOZES MALDITAS, INVEJOSAS, ASSASSINAS!
Mãe, mãe, mãe, olha, vê, manda-as embora... manda-as ... Não mãe. EU sou, eu sou uma boa menina, eu sou, eu sou... Só não te vejo mãe, estás escondida? Mas eu encontro-te vais ver, vais ver. As outras não, as outras são...

Eu sei, eu sei o que são, a massacrar-me, pregando as suas palavras gritadas como pregos, que pregam na minha cabeça com as suas palavras que são... como um martelo, um martelo...
São as vozes, são as vozes dos mortos."

sábado, 24 de novembro de 2007

Sol e Tempestade





"Dizem que depois da tempestade chega a bonança..."

"...Mas depois da bonança só pode vir a tempestade."

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Natal Antecipado


Pois bem. Tão bem comportada que eu sou, que as prendas começam já a chegar, sendo que esta, dada pela Criyng Tourniquet no post Os meus prémios, foi a primeira que recebi este ano e a primeira deste blog. Uma prenda que certamente fará parte das Memórias de uma Túlipa.


Então, pelo que pude perceber e muito reduzidamente, funciona da seguinte maneira:

Se recebeste o "The Power of Schmooze Award", deves indicar cinco blogs que na tua opinião realmente mereça o prémio. Poderás ainda adicionar o link do post em que foste nomeado.

Cinco é um número pequeno, pelo que será sempre injusto atribuir o prémio a uns e não a outros. Por isso, para esta selecção destaquei aqueles que primeiro me vieram à cabeça, se abusar nas reflexões pois excederia o número indicado.
Posto isto, os blogs que destaco são os seguintes:


Confissões de uma Loira - porque comenta o meu blog assiduamente e desde sempre. É um blog em que me sinto á vontade, com uma escrita que descreveria como a água: fluente e transparente.

Meus Refúgios- Apesar de, infelizmente, não postar regularmente, quando o faz é sempre um descanso aos olhos ler os seus textos e, como tem vindo a acontecer, estarmos em sintonia.

Insónia- Mais um blog em que identifico (pelas divagações) e procuro ler e comentar sempre que me é possível.

Selos Difusos- Selos. Conhecem algo que toque a mais lugares no mundo?

O Meu Entendimento- Apesar de recente, sinto sempre que lê e percebe os meus textos o que me faz sempre sentir confortável.


Agora...Poderás exibir o prémio na tua página ou, simplesmente guardá-lo só para ti, na gaveta das boas memórias ;).

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Eleanor


"Há muito tempo, ecoavam os risos pelas ruas, os passos pelas estradas de pedra... Quando ainda se adivinhava uma voz alegre que entraria pela janela aberta. As escadas tamboreavam com os passos apressados, e logo as ruas ficavam vazias e rebentavam pela costura quando os olhos se tocavam nas almas e os dedos cruzavam no peito, quando passava a porta sempre aberta.

Mas a porta está agora trancada. Fechára-a a primeira vez quando lhe disse "até já" e viu o mundo fugir, quando chegou a guerra. Abrira-a uma ultima vez para olhar os olhos de um soldado moribundo. Não foram precisas condolências. Para que abrisse a janela para sempre, assumasse e bradasse aos céus, gritasse aos ventos, amaldiçoasse os anjos, maldissesse os tempos, cuspisse no mundo e jurasse vingança.
Vingança.
As Bruxas do Mundo trancaram-lhe a porta de si mesma, o Tempo quebrou-se, em unanimidade com as Quatro Estações que fugiram da sua vida. O Dia e a Noite fundiram-se, não havendo luz ou escuridão, só sombra. Os Sonhos pintaram-se de negro originando em pesadelos, de tal forma que não poderia dormir. As Memórias essas decidiram permanecer alimentando uma esperança morta e a Morte, essa cortou-lhe o fio da vida, sem num entando o deixar quebrar-se. E assim o Destino traçou-se."
A janela continua aberta. Mas dela só chega vazio. Não chegam vozes ou sons, nem o cheiro a castanhas ou a chuva que tropeça na calçada. Dela não chega nada. Não chegam flores essas já estão murchas, na jarra de vidro tombada, não a paz, roubada há muito tempo pela guerra.
Da janela só sai a vida, o ar que expira a pouco e pouco fazendo mover o pó do chao em que está caída.
Pela janela escancarada foge a esperança.
Pervalece um silvo, uma pequena vibração dos risos de há muito tempo.
A pele nua, cor de lua, sobre o chão, talvez frio se o senti-se, cabelos quase indistinguíveis sob as teias de aranha, os olhos vidrados e bem abertos, tornados pretos pela ausencia de cor ou falta de luz. Estes nada vêem realmente, tal como a pele nada sente. Estes revêem vezes e vezes sem conta (da conta do tempo), imagens de memórias. Memórias de abraços, beijos, de conversas, de vozes, de uns olhos que amára, de uma presença impossível de sentir, de um corpo que sentira no seu. De risos que ecoavam.

"Há muito tempo, havia uma janela aberta, por onde nada entrava e nada saía. Uma janela aberta que haverá sempre."

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Cegueira


Cegos?

Não há cegos, há os que não querem ver.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Ficar


Tivesse eu asas para ficar, ouvidos que fossem surdos, boca que fose muda, pele insensivel e olhos que nada vissem. Eu ficava, ouvia e aconcelhava, sentia e via a tristeza (a vossa).


Só que os ouvidos ouvem demais, a boca não sabe estar calada a pele chora por já não (vos) sentir como antes e os meus olhos apagam-se por verem cair os laços de sempre. Mas as asas teimam em fugir, em levar no colo todos os ouvidos feridos a boca cosida e pele chorada, os (vossos) olhos furados...


Mas fugir? Como? Se depois de correr Mundo a fugir voltamos ao mesmo lugar?

Pois quebremos as asas e enfrentemos a dor.
A todos os que vejo ou sinto que as próprias asas levam para longe do padecimento a que querem fugir.

domingo, 11 de novembro de 2007

Invisível


" Tudo se resolve, só o nada é que não."

"Mas é precisamente esse o problema."


Foto: Google

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Nos Teus Olhos


08 Novembro.

08 Fevereiro, 08 Março, 08 Abril, 08 Maio, 08 Junho, 08 Julho, 08 Agosto, 08 Setembro, 08 Novembro.

08 Novembro.


9 meses. O tempo necessário a conceber uma vida. E nós em vez de três, das duas vidas que eramos, formámos uma.

Tão compridos... tão pequenos.
Obrigada amor, por me fazeres amar-te
Amo-te
______________________________________________________
Ouve agora amor. Encosta-te a mim e escuta e sente com atenção. É nossa vida que pontapeia em mim, um sinal do tempo que vamos criando para nós. É pequena, frágil. Toma-me devagar nas mãos, toma conta dela, amor, toma conta de mim. Cuida da minha alma, que já a levaste para ti, ama-a, diz-lhe que é perfeita, que é bonita. Saceia os seus desejos, de festas e amor que já não hesita em pedir... Que queres? São desejos de quem ama.
Ampara-a quando cai aos bocados. Apanha-a quando a deixas cair. Junta-a de novo, como um puzzle de mil peças que fazes numa milésima de segundo, quando me sussurras ao ouvido e me abraças. Beija-me as lágrimas e faz-me sorrir olhando fundo no teu olhar.
E fico tão bonita reflectida nos teus olhos.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Amanhecer


Calor, Quente. Sinto paz, talvez a calmaria depois da tempestade. Um sol que amanhece de mansinho, os raios gentis que me acordam devagar, espreitando a medo por entre as persianas do meu ser, para um mundo que existe quando durmo. Varrendo o meu corpo com dedos carinhosos, acariciando a minha pele com o seu toque quente, penteando os meus cabelos emaranhados pela cegueira da noite, beijando os meus olhos com lábios de veludo, o calor de um abraço que aconchega o meu respirar vagaroso, um chamar baixo e tranquilo que me desperta os sentidos.
Um amor que amanhece dentro de mim.
Foi bom dormir... E é bom acordar... Contigo

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Rapta-me


" Vem meu anjo. Pega em mim e leva-me para longe. Agarra-me, prende-me. Estende as tuas asas, voa, foge comigo rumo ao desconhecido. Resgata-me do mundo. Rapta-me para ti."


Mais uma vez, tirado de um sonho.

Sonhei que vinhas. E que ambos iamos.

domingo, 4 de novembro de 2007

Realidade dos Sonhos


"Acreditamos que os sonhos existem e seguimo-los cegamente. Só não queremos acreditar no ontem, no hoje e amanhã."


"Mas a verdade, é que nascemos para os seguir, pois são o único caminho que conhecemos."

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Pela Incerteza


"Como uma folha seca pisada pela incerteza."


Um rio de mágua (palavra exagerada talvez) que corre de fora para dentro.
Incerteza do que faço, do que digo, do que pareço e do que sou. Se até eu por vezes confundo tudo isso, o que não pensarão, os poucos que por acaso aqui passam, das minhas às vezes palavras.

Queria uma imagem sem figura, sem contornos ou cores, sem idade ou aparência, queria ser a forma do que escrevo, que as palavras têm o tempo que querem.

Fora de uso, talvez, este mesmo blog mo acusa.


Dead_artist diz:
mas eu dou-te valor como pessoa
Dead_artist diz:
estaras sempre na memoria
A Silver Tear .... for a purple tulip »'« diz:
eu sei
A Silver Tear .... for a purple tulip »'« diz:
Mas antes da vossa memória, no presente, eu não estou. E é esse presente em que eu pareço sumida das pessoas que fazem as minhas memorias. Então são memorias vazias.