Foge-me o ar, o sustento. Esvaziam-se os pulmões, expiro o que fica gravado, embaciando a minha jaula de vidro. Enquanto embaciada, perco o alcance ao que se passa lá fora, os sentidos aguçam-se, mas isolam-se a si próprios: os ouvidos nada mais ouvem que a respiração, os olhos nada mais vêem que o vidro embaciado da respiração, o gosto apenas o sabor a solidão, talvez desgosto. O tacto nada mais que o nada a que todos os outros sentidos se resumem.
Hoje deixo-vos com a música do momento (já consigo cantar outra vez=]). É verdade, penso que já aqui tinha referido que um gosto musical um tanto peculiar para a minha idade, já que não suporto "kizombas" e afins (nada contra, ou talvez alguma, mas sem malícia ou intenção).
The Point Of No Return
(Phantom) Past the point of no return - no backward glances: our games of make belive are at an end . . .
Past all thought of "if" or "when" - no use resisting: abandon thought, and let the dream descend . . .
What raging fireshall flood the soul? What rich desire unlocks its door? What sweet seduction lies before us . . .? Past the point of no return, the final threshold, what warm, unspoken secrets will we learn? Beyond the point of no return . . .
AMINTA (CHRISTINE) You have brought me to that moment where words run dry, to that moment where speech disappears into silence, silence . . .
I have come here, hardly knowing the reason why . . . In my mind, I've already imagined our bodies entwining defenceless and silent - and now I am here with you: no second thoughts, I've decided, decided . . .
Past the point of no return no going back now: our passion-play has now, at last, begun . . .
Past all thought of right or wrong - one final question: how long should we two wait, before we're one . . .?
When will the blood begin to race the sleeping bud burst into bloom? When will the flames, at last, consume us . . .?
BOTH Past the point of no return the final threshold, the bridge is crossed, so stand and watch it burn . . .
We've passed the point of no return . . . (By now the audience and the POLICE have realized that SIGNOR PIANGI is dead behind the curtain, and it is the PHANTOM who sings in his place. CHRISTINE knows it too. As final confirmation, the PHANTOM sings):
PHANTOM Say you'll share with me one love, one lifetime . . . Lead me, save me from my solitude . . . (He takes from his finger a ring and holds it out to her. Slowly she takes it and puts it on her finger.) Say you want me with you, here beside you . . . Anywhere you go let me go too, Christine that's all I ask of . . .
Não se deixa um livro aberto na pedra rachada e fria do chão, para que se lhe gele o calor de palavras, ou se percam os significados de mensagens de outrora. Está na altura de fazer um esforço, baixar as costelas e apanhá-lo, por muito que pese a consciência.
E não é tarde demais e cedo não é com certeza... Por isso está feito.
Porque afinal, aqui lêem-se memórias e essas surgem sempre.
E é por isso que aqui estou, mais uma vez, a escrever sem um sentido ou objectivo concreto, apenas para amordaçar o bichinho da culpa, que funciona como um bichinho da madeira, que consome aos poucos, ou talvez vorazmente, a carne puramente imaginária do peito.
E de mim? Pois é... Não ando propriamente famosa. Desde pintas rochas na cara toda ao sumiço da minha voz, que realmente é o mais chato, pois para mim não poder cantar ou falar é castigo (e quem sabe, talvez o merecesse).
Mas voltei, porque apesar do canto ainda sair rouco e cana rachada, como já disseram aqui por casa, agarrou-se-me com as unhas na também imaginária garganta e só largou quando já podia sufocar no sangue liberto pelas minhas feridas de "auto-opressão".
Em fim, peço desculpa por este meu desleixe e desinteresse com o blog. Contudo ele é um espelho de mim mesma. E com isso façam as conclusões que entenderem, provavelmente todas, até as antónimas, estarão correctas.