sábado, 28 de julho de 2007

Despedida para Novas Memórias


E este é o último poste, antes de voltar de viagem.

Sim, vou viajar. Vou para a Bulgária. Quem é que, para além da minha mãe e as 12 pessoas que conceguiu convencer, se lembra de ir passar 10 dias para a Bulgária e como se não chegasse, tendo como guia a s'tora Bulgara (quem conhece, sabe do que estou a falar).


Acordar às 3:30, para estar, fazer checkin, e levantarmos voo ás 6:00
Chegada a Sofia, capital da Bulgária e depois estou nas mãos deles. Não sei para onde me levam nem quanto tempo vou ficar em Sofia, sei que depois passamos por umas tantas cidades, e acabamos nas praias, portanto, na outra ponta do país...

...Mas parece na outra ponta do mundo de ti.

Não posso ser maricas... Passa depressa.


Até porque vens comigo. Está tudo guardado, vem tudo comigo. Todas as cartas, a tabuinha que diz amo-te, o relógio e pulseira no pulso, o teu fio ao pescoço. Nós no coração.

Cruzes, parece que vou para a guerra...
Também não será muito difrente, estar sem ti.

Para quem não nos conhece, isto pode parecer a coisa mais parva, tanto drama.
Mas digasse que já des dos nossos 6 aninhos que estamos habituados a ver-nos todos os dias (excepto fins de semana, friados e férias) pelo que é sempre uma mudança brusca, quanto mais este ano, que estamos mais próximos que nunca.

Se o avião vai for com o caralho, digo-te: Morri a pensar em ti.

E em si também o Leopoldina (sim sim, não se faça desprecebida). Ciumenta!

Na minha amora.
Na minha La' .

Para a minha cabeça de vento, tenho a dizer que, por vezes, o vento tráz as memórias de volta. Basta abrirmos a janela do outro lado, a que estava fechada há muito.


Não, não vou morrer, é só as despedidas. Sou demasiadamente apegada a voces.

Apegada a ti.


Desejo a todos umas optimas férias.


Até ao próximo poste, dia 8 de Agosto.


Beijos,

Amo-vos, Adoro-vos

e Amo-te

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Memórias de Ti



Sim, sei, sou parva. Sei que passa depressa, que nem dou pelo tempo passar, que nos vamos falar todos os dias...Mas depois penso (de)mais. Que não te vou ouvir. Que não te vou sentir. Que não me vais fazer rir. Que não te vou ouvir sussurar "Amo-te" ao meu ouvido sem precisarmos da ajuda de um telémovel. Que agora não posso pedir-te "Faz-me festinhas!"e tu sorris para mim e não concegues dizer que não. Que não vou dormir no teu colo enquanto olhas para/por mim... Ou quando dormimos os dois. Nada disso. Não no próximo mes e meio.
»'«
Nada de visitas ao Jardim Zoologico.

"Vamos apadrinhar as Marianinhas de ventre branco?"
E ris-te. Gostei dos bichos...
Ris-te (mais uma vez) :
"Devias ver a tua cara!"
e quando estavas para ir,no último adeus,
"Foi tão bom ver-te sorrir assim hoje!"

»'«

"Olha para mim. Não vais chorar, pois não?"
Hesitante, abano a cabeça.
"Amo-te. Amo-te mesmo. Não me vou esquecer de ti, nunca... Não me esqueças por favor.."´
Abraço-te...Aquela nossa "posição fofinha", que pelos vistos não resulta apenas para males da altura do mes, mas também para males da alma.

"É impossível esquecer-te."

»'«

Não deu para conter. Não te amo demais, como disses-te. Simplesmente Amo-te.

Estavamos a jantar, a minha mãe como sabes, e não deu. Pensei no dia de hoje. Nas aves... Nas Marianinhas de ventre branco. "Até tens uma fossa com o teu nome, vê lá tu", disses-te.

Nos golfinhos e leões marinhos, "Tadinha da menina, tava a espera de um beijinho do leão marinho e ele passou por ela" .......... "Tipo tu?"

No almoço ás 16:25.... E quando chegamos, te pus a máscara na cabeça, para a dor de cabeça ...

E como a tiras-te e o que fizes-te quando a tiras-te... Parece que ainda te sinto.

Por isso, não deu para conter. As lágrimas corriam, sem eu querer. Felizmente não disse nada. O meu pai fez-me festinhas, o que me fez chorar ainda mais.

Sei que sou monga. Monga por ti.

»'«

"Tenho uma coisa para ti!", mexes nos bolsos do rabo. "Não é nada de especial, mas não deu para mais."

Claro que é especial. Só o facto de ser original (porque é) E por te teres lembrado de fazer algo para mim.

»'«

Cheiras o meu pescoço. Dizes, "Quem me dera poder sentir-te sempre..."

Fizes-te-me cortar um bocadinho de cabelo. Para juntar ao livro manuscrito de pensamentos a que te dei total acesso. Porque mereces, mais que qualquer outra pessoa.

Porque és a única pessoa que amo desta maneira.

Porque parece que ainda te sinto. Uma sombra de ti ao pé de mim, sempre. Sinto-a a meu lado, a abraçar-me, a beijar-me. A fazer-me festinhas. A amar-me. A confortar-me para dormir. A que vou sentir a oferecer-me túlipas, no dia 8 de Agosto.

Porque parece que ainda te sito e sentirei aqui a amar-me, comigo. Como sempre estarás.


A amar-me.

Como daqui à saída do Mundo. A passos de caracol.


Amo-te

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Nascimento


Vivemos para criar memórias. Para mais tarde nos alimentarmos delas. O mundo está em constante movimento e são as memórias que guardamos como recordação dos momentos mais importantes.


Apesar disso, as memórias voam sempre. São levadas pelo vento, quando menos se espera. Há as mais leves, seja o jantar de há dois dias, ou sonho de ontem. Essas vão com a brisa mais leve, o cérebro abre as janelas e deixa o vento varrer o que não é essencial.
Há também as que só voam com o sopro da morte. Essas não preciso numerar ou exemplificar, todos, até os mais frios, sabemos quais são.
Mas, por vezes, a morte falha. Quando a memória passa do coração dos recordantes, para a boca de quem soube e amou aquela recordação. Torna-a sua. E então a memória passa de geração em geração, a maior parte das vezes, circula séculos, até que se torna uma lenda.


Não, não creio de maneira nenhuma que as minhas memórias possam realmente tornar-se lendas.

Este é apenas o nascimento de uma oportunidade para ser eu, sem críticas.