Não vou repetir a promessa de voltar. Não posso, já o fiz muitas vezes e as promessas transformam-se sempre em mentiras. Portanto hoje estou simplesmente aqui.
Mas pesa-me na consciência este lar, deixado ao abandono. As janelas e as portas partidas, o vento gélido que por elas rompe; as teias de aranha crescem nos cantos, e não só nos cantos como também nos descantos, caindo como um leve véu sobre a face deste desabitado, tal noiva abandonada no altar. Chora baixinho. As pétalas das flores de tulipa do buquê arrastam no chão, juntamente com o pó, velhas folhas, velhos textos. E o vento.
Vou deixar de estar.