quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Escrita ao contrário: Violoncelos


Tenho de renascer. Obrigo-me a renascer. Para quê morrer? Cheio de mortos está o mundo. E cheia de mundos estou eu.


Mas hoje só ouço violoncelos. Em alto e em bom , optimo som, digo. Graças a Deus (a Deus não, a nós, aos homens, que eu só acredito na Nossa Senhora dos Agnósticos). O silêncio é emudecedor, mas está estupidamente cheio de som.

E digam lá que não é maravilhoso? Maravilhosamente cheio de som. Não de Ruido. De ruido está o mundo cheio. E de mortos. E cheia de mundos estou eu. E se os tenho, e tenho, então, que seja um mundo de cegos, surdos e mudos mais sensíveis ao que os rodeia que os seres que semi-habitam este mundo. Esses, os meus deficientes, ouvem violoncelos, pianos, harpas, sopranos e baritonos, ouvem baterias e guitarras electricas, saxofones e baixos. Ouvem música. Não ruído.


Na realidade o Silêncio é algo ideal. Não existe. É simplesmente uma idealização.

sábado, 13 de setembro de 2008

Escrita Menina - Esse Meu Tu

Já algum tempo não me vem visitar para ficar esse meu Tu. Esse meu Tu dos olhos doces e do abraço quente, com os lábios rasgados em torrentes de palavras doces e tontas, mas assim mesmo, tão minhas palavras tuas. E de ti?=/ Estás doente meu Tu? É que as saudades também são doença. E é doença minha esta falta de sentidos. Porquê, então, para que raio quero eu os ouvidos, os olhos ou a boca? Para ouvir a bacorada do mundo, ver o ruído das coisas e repugnar-me com o sabor da poluição das almas? Deixa-as lá filho, vendo-as ao diabo ou a um morto, porque morta por morta hei de ter tempo para a coisa e estar morta enquanto se vive, peço imensa desculpa, mas não sou adepta.

Este teu Tu, este teu Tu. É que esse é teu não é meu, sabes, não são bem para mim as palavras que se soltam. Tanto que por vezes não as ouço. Mas é que não são minhas, para quê iludir-me?
E esse meu Tu...

Não sou eu que o amo mais! ... É só ele que me ama mais a mim..